Desafios e oportunidades estratégicas no ESG para empresas de médio porte

Nas minhas andanças… ao conversar com gestores de empresas de porte médio, ouço com frequência: “ESG não é para minha empresa agora”. E respondo sem dó: Será mesmo? Você tem certeza disso? Ignorar essa agenda é como virar as costas para uma mudança que já está moldando o mercado para os próximos 5 anos.

A complexidade do tema assusta, eu sei. Sustentabilidade ambiental, justiça social e governança ética parecem uma tríade distante da rotina de quem ainda luta para equilibrar fluxo de caixa e crescimento. Mas para cada cenário há uma luz, um entendimento e, principalmente, OPORTUNIDADES que se acende. E faço sempre um convite à reflexão:” e se o ESG fosse encarado como estratégia e não como custo?”
Pare e pense… No interior do Rio Grande do Sul tem um ditado que se presta para esse momento:

“Cavalo encilhado não passa duas vezes”… A oportunidade é – exatamente – assim: pode passar e a gente não ver…

O exemplo está em quem já começou. Do setor Agro, trago o exemplo da Agrocete, de Ponta Grossa/PR, incorporou práticas regenerativas e colheu ganhos de reputação e parcerias internacionais; e da Sementes Com Vigor (SCV), de Muitos Capões/RS, pioneira na agricultura regenerativa no RS e na formação técnica de manejo de parceiros e clientes, sendo percebido (inclusive por grandes multinacionais) como uma referência de manejo e como um multiplicador inovador de conhecimentos e práticas. Do setor industrial, interessante observar a evolução e posicionamento de mercado da Welle Laser, de Palhoça/SC, indústria de médio porte que conquistou a liderança nacional na tecnologia laser para aplicações industriais, apostando em eficiência energética e inovação de processos com impacto direto na competitividade. E do setor de tecnologia, trago o exemplo da Dattos, startup de Osasco/SP, que cresceu exponencialmente nos seus 10 anos de vida. Ela criou a conciliação automatizada com inteligência artificial integrando transparência nos dados como pilares da sua cultura.

Veja que todos os exemplos que citei foram percebidos como players emergentes com alto potencial de crescimento para os próximos 7 anos. Ou seja, se mantiverem a curva de crescimento estável e, principalmente, a PERCEPÇÃO de sua relevância em alta se renovando e se superando. A IMAGEM e a REPUTAÇÃO delas se manterá estável. E é isso que sempre buscamos: uma linha com crescimento suave e constante. O segredo está em manter a velocidade de ascensão no mercado constante e não em picos alucinados de crescimento, pois a curva tende a decrescer até com mais velocidade… (mas isso é assunto pra outro artigo).

O mercado valoriza quem assume compromissos reais. Fundos de investimento, consumidores e talentos estão cada vez mais ESG-driven. E isso não é moda, é tendência com lastro, com olhar atento, com visão de futuro. Segundo a PwC, uma das maiores consultoria de negócios que atua há 110 anos), até o ano de 2030, os ativos com foco ESG devem ultrapassar US$33 trilhões. E nessa ‘gaveta’ do ESG, estão inúmeros fundos, cripto-moedas, ações que ainda serão lançadas nas bolsas de valores; além de parcerias corporativas vinculadas ao Crédito de Carbono. É um mercado que ainda está em construção…

Quer abrir o olhar? Recomendo a leitura de John Elkington, criador do conceito “Triple Bottom Line”. Ou faça uma imersão com Rebecca Henderson, que conecta sustentabilidade e vantagem competitiva; e por fim (mas apenas começando sua jornada de conhecimento), leia Paul Argenti, referência em comunicação estratégica com propósito. Com esses 3 olhares você como gestor pode limpar da mente e do seu dia-a-dia processos, etapas e objetivos desnecessários para não perder tempo. Mas tudo ainda está em ebulição…mesmo com estas indicações, isso é apenas uma gota de todo o conhecimento que está a sua disposição em apenas um click…

E vou SEMPRE repetir: adotar ESG é mais que cumprir uma cartilha — é transformar a empresa de dentro para fora, com autenticidade e visão de futuro.
E vou SEMPRE perguntar: Você, está pronto para dar esse salto? Se sim, vamos iniciar a formatação de um novo momento na sua empresa.
Mas, se ainda não. Tudo Certo! Ainda há tempo para você buscar essa conexão…
E para te ajudar fiz uma comparação do status do ESG entre empresas de grande e médio porte: (toda a empresa de médio porte que ascender para ser de grande porte; e hoje, é pelo entendimento e aplicação REAL do ESG, que essa intenção pode ser acelerada).


QUAIS AS DIFERENÇAS ESG ENTRE EMPRESAS MÉDIAS E GRANDES?
As diferenças entre empresas médias e grandes quando se trata de ESG vão muito além da escala — envolvem mentalidade, recursos, prioridades estratégicas e até o timing de adoção. Aqui vai um panorama claro e direto, como se estivéssemos numa reunião de consultoria:

1. Capacidade de Investimento
Grandes empresas: Têm capital disponível para investir em tecnologias limpas, auditorias externas, certificações e equipes dedicadas ao ESG.
Empresas médias: Precisam fazer escolhas mais cirúrgicas e buscar soluções ESG com retorno tangível, como eficiência energética ou gestão de resíduos que reduzem custos.

2. Maturidade de Governança
Grandes empresas: Já têm conselhos estruturados, políticas de compliance robustas e práticas consolidadas de reporte.
Empresas médias: Muitas ainda estão em processo de profissionalização da gestão e podem usar o ESG como vetor para acelerar essa estruturação.

3. Pressão externa
Grandes empresas: São cobradas por acionistas, mídia e mercado por práticas sustentáveis e inclusivas.
Empresas médias: Sentem menos pressão direta, mas enfrentam desafios indiretos como exigência de ESG em cadeias de fornecedores ou para acesso a crédito e investimentos.

4. Mentalidade de Transformação
Grandes empresas: Tendem a ver ESG como estratégia de reputação e mitigação de riscos.
Empresas médias: Podem adotar uma visão mais ágil, integrando ESG ao modelo de negócio de forma inovadora, ganhando vantagem competitiva por serem “early adopters“.

Tenha como o seu ‘Scrum’ diário…adotar ESG!

Pois isso, nas empresas médias, não é se mimetizar as grandes — é adaptar com inteligência e autenticidade. Monte sua trilha, objetivos e estratégias, que a implementação vai se tornando mais fácil no decorrer do processo.
Mas, lembre SEMPRE: se deixe errar para ACERTAR! 😉

————————–

KÁTYA DESESSARDS é Jornalista, Conselheira e Mentora em ESG e Comunicação Estratégica. Co-Autora no livro: Gestão! Como Evoluir em uma Nova Realidade?. Experiência de 27 anos em diversos setores do mercado.  |  Quer Saber Mais?  CLICK AQUI

>> A coluna semanal fonteESG é publicada as segundas-feira.

Sugestões de Pautas: katyadesessards@gmail.com.br

Rede Brasil Inovador

Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

+55 11 94040-5356 / rede@brasilinovador.com.br

Rede Brasil Inovador

Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

+55 11 94040-5356 rede@brasilinovador.com.br